Foi para “deixar uma marca na comunidade”, que a Associação de Moradores das Lameiras (AML) desenvolveu o projeto comunitário «Marc@s - Intervenção Arte & Cultura – Pela Coesão Comunitária», cuja sessão de encerramento decorreu no passado dia 31 de agosto, em Seide S. Paio, com a apresentação dos 10 trabalhos artísticos desenvolvidos no concelho de Vila Nova de Famalicão, um por cada Comissão Social Interfreguesias (CSIF).
As «Marc@s - Intervenção Arte & Cultura – Pela Coesão Comunitária», foi o projeto vencedor, da edição de 2019, do «Programar em Rede», uma iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, através do Conselho Municipal da Cultura. O projeto foi promovido em parceria com a Academia Contemporânea do Espetáculo de Famalicão – ACE, a empresa Arga Tintas e A Casa ao Lado, e teve como objetivo trabalhar a coesão comunitária, através da arte e da cultura, envolvendo todas as CSIF do concelho numa dinâmica de “provocação positiva” da comunidade, espelhando para o exterior valores, causas ou projetos que cada CSIF tem vindo a trabalhar.
“Tudo o que se construiu é a pensar no futuro (…) o mais importante é a mensagem que o projeto deixa”, destaca Augusto Lima, Vereador do Desenvolvimento Territorial Integrado, pelouro no qual estão inseridas as Comissões Sociais Interfreguesias. “Vamos fazer deste projeto, um ponto de partida (…) temos agora recursos para que, no futuro, possamos realçar aquilo que é a nossa comunidade e envolvimento das nossas comunidades, das nossas pessoas, em projetos comuns” salientou.
A intenção era “colocar agentes culturais a trabalhar junto com a comunidade do concelho num processo criativo que originasse uma marca, uma identidade de cada CSIF”, como refere Carla Faria, vice-presidente da Associação de Moradores das Lameiras (AML), com vista o desenvolvimento de ações artísticas baseadas nas características identitárias identificadas pelos parceiros sociais de cada território das CSIF.
Refira-se que o projeto, inicialmente previsto ser implementado em 2020, sofreu um adiamento na sua execução, devido à pandemia, acabando por ser concretizado, somente, no ano de 2021, num formato mais conservador. “Pretendíamos o envolvimento alargado da comunidade”, salientou a vice-presidente da AML, no entanto, “o modelo de execução teve que ser totalmente adaptado”.
De forma a contornar a impossibilidade do envolvimento físico da comunidade no projeto, a AML, através das CSIF, realizou parcerias com escolas, de forma a dar continuidade ao trabalho que arrancou no início de 2020, antes da interrupção devido à situação pandémica, com a auscultação das comunidades, com vista a identificação de características identitárias de cada território das CSIF.
“Através do envolvimento das crianças e dos jovens de cada CSIF”, disse Vânia Barbosa, técnica da AML responsável pela implementação do projeto, foram criados “desenhos e histórias que serviram de base ao trabalho d’A Casa ao Lado”, no caso da das pinturas murais desenvolvidas, e “através das vozes das crianças, presentes nos vídeos, pudemos partilhar as principais mais-valias do território”, referindo-se às curtas-metragens desenvolvidas por intermédio do ACE, numa parceria com o videografo Nuno Rocha.
Refira-se que as ações artísticas desenvolvidas no âmbito do Marc@s englobaram cinco trabalhos de cariz audiovisual que abrangem as CSIF de Joane, Mogege, Pousada de Saramagos e Vermoim, de Vale do Pelhe, de Vale do Este, de Lousado, Esmeriz e Cabeçudos e de Fradelos, Ribeirão e Vilarinho das Cambas, assim como cinco pinturas murais realizadas em Seide S. Paio, Ruivães, Castelões, Brufe e Gondifelos, freguesias que se encontram atualmente na presidência das respetivas CSIF. A distribuição das intervenções artísticas teve em consideração os projetos artísticos já existentes nas freguesias.