É considerado um dos mais interessantes artistas contemporâneos em Portugal e a sua obra está agora exposta em Vila Nova de Famalicão.
Depois de ser ter apresentado na Fundação Calouste Gulbenkian, Francisco Tropa apresenta agora na galeria de arte contemporânea Ala da Frente, “O Rei Peste”, uma exposição de escultura que vai ao encontro do conto com o mesmo nome de Edgar Allan Poe.
Uma exposição que propõe “um desafio à nossa perceção, ao nosso papel, de espectador que se vê perante o objeto escultórico, convivendo com ele e refletindo a experiência”, explica a propósito António Gonçalves, curador da Ala da Frente, localizada no Palacete Barão da Trovisqueira.
E acrescenta: “se ainda não conhecemos o conto, a ele teremos curiosidade de chegar, assim como se já o conhecemos, revisitamos o mesmo e encontraremos nesta obra possibilidades de expansão da leitura e um desafio ao entendimento da criação artística, enquanto modo de congregação de ideias, hesitações, investigações, reflexões, que levam à existência de cada obra como um processo infindo”.
A exposição “O Rei Peste” vai estar patente na Ala da Frente até dia 13 de setembro.
Francisco Tropa, nascido em 1968, iniciou o seu percurso artístico nos 1990, e conta com participações na Bienal de Veneza (2011), Bienal de Istambul (2011), Manifesta (2000), Bienal de Melbourne (1999), e Bienal de São Paulo (1998).
A escultura tem sido um interesse constante no percurso de Francisco Tropa, que começou a expor no início da década de noventa e cujo trabalho tem obtido uma significativa atenção por parte das instituições e da crítica.
Diversos meios são utilizados por Tropa, como a própria escultura, o desenho, a performance, a fotografia ou o filme, para convocar uma série de reflexões introduzidas por diferentes tradições da escultura. Temas como o corpo, a morte, a natureza, a paisagem, a memória, a origem ou o tempo, estão sempre presentes nos seus trabalhos, num processo interminável de remissão a ideias da história da arte, a outras obras de arte, a trabalhos anteriores do próprio artista, e a autores específicos.
As noções de dispositivo e de espectador são também fundamentais para a compreensão da sua prática, que desafia as categorias tradicionais da arte quer de representação quer de percepção.
Refira-se ainda que a exposição tem entrada livre e poderá ser visitada de terça a sexta-feira, das 10h00 às 17h30 e aos fins-de-semana das 14h30 às 17h30.