É numa das entradas mais bonitas do Parque da Devesa em Vila Nova de Famalicão, com vista privilegiada para o caminho das árvores pintadas, que nasceu o projeto das Hortas Urbanas, promovido pelo município famalicense. O presidente da Câmara Municipal, Armindo Costa, visitou, nesta quinta-feira, o espaço e mostrou-se muito satisfeito por ver “o empenho, a alegria e o entusiasmo com que os famalicenses abraçaram o projeto”. No local, algumas dezenas de pessoas trabalhavam a terra, por agora ainda despida de cor, mas onde, em breve, surgirão alfaces, cenouras, alho francês, feijão verde e ervas aromáticas, entre muitas outras colheitas. Com 11.490 metros quadrados, o espaço está dividido em 180 talhões familiares, atravessados por uma ramada que dentro de algum tempo ficará coberta por uvas americanas.
Depois de, no início da semana, os talhões terem sido entregues aos famalicenses através de sorteio, é agora altura de colocar as mãos à obra. Era isso mesmo o que andava a fazer Luísa Peixoto, uma jovem de 25 anos, que desde cedo cultiva o gosto pela agricultura. “O meu pai é engenheiro agrário e por isso desde há muito tempo que gosto de cultivar a terra”. Para além do “contato com a natureza e a terra”, Luísa Peixoto diz que foi também “a preocupação pela alimentação saudável”, que a levou a abraçar este projeto. “Aqui vou cultivar ervilhas de quebrar, tomates, couves de bruxelas, ervas aromáticas entre outros produtos”.
E enquanto a mãe, Renata Almeida de 31 anos observava o talhão, era Lourenço de apenas dois anos e meio que ia remexendo a terra. “Foi essencialmente por ele e com o objetivo de conseguir obter alimentos saudáveis” que decidiu inscrever-se nas Hortas Urbanas. “Como vivemos num apartamento, esta é também uma oportunidade de ele conviver com a natureza”, referiu ainda.
Para o presidente da Câmara Municipal o principal objetivo da criação das Hortas Urbanas “é contribuir para o bem-estar dos famalicenses através do contacto com a natureza, ajudando na economia familiar, na sensibilização e respeito pelo ambiente e na disseminação de boas práticas agrícolas”. Neste sentido, a autarquia em colaboração com a Agrobio– Associação Portuguesa de Agricultura Biológica está a promover um conjunto de aulas de formação básica em agricultura biológica, com uma duração de 16 horas, para todos os utilizadores das hortas urbanas, mas também para outros interessados. Ao todo, participam nas aulas de formação 207 pessoas.
Refira-se que para além dos 180 talhões existem ainda: 6 talhões elevados (hortas inclusivas) de 4.4 metros quadrados, estando 1 atribuído a um utilizador com mobilidade reduzida e dois entregues a associações; uma área de 250 metros quadrados para hortas solidárias dinamizada pelo pelouro da juventude e cuja produção será entregue às lojas sociais do concelho e uma área de 125 metros quadrados para hortas pedagógicas que será dinamizada pelo Centro de Estudos e Atividades Ambientais, em conjunto com as escolas e jardins-de-infância do concelho.
Para além das casas de ferramentas e sementes, o espaço está ainda equipado com pontos de compostagem, pontos de água para rega, salas de formação, espaços destinados à plantação de ervas aromáticas, pomar, etc.