A segunda edição do encontro “Territórios Dramáticos” arranca esta sexta-feira e é definida como um “observatório dedicado à dramaturgia nacional”, sendo também o primeiro projeto apresentado no novo espaço cultural de Vila Nova de Famalicão, o Fauna. Localizado na vila de Joane, o Fauna será a “nova casa” do Teatro da Didascália e vai receber até 28 de maio aquele projeto que, na edição de 2018, decorre sob os temas “Reescrita da História” e “Teatro fora do Formato”, levando a palco os trabalhos de companhias como a Amarelo Silvestre, Radar 360º ou Hotel Europa.
“O “Territórios Dramáticos” é um projeto “não convencional” que terá como grande novidade este ano o espaço Fauna, que tem um palco com duas plateias possíveis, onde se poderão trabalhar projetos não convencionais, explicou Bruno Martins, diretor artístico do Teatro Didascália.
No primeiro fim-de-semana do encontro, a Amarelo Silvestre apresenta “Museu da Existência”, inspirado nos livros “Museu da Inocência” e “Um Modesto Manifesto para Museus”, dor turco Orhan Pamuk, Prémio Nobel da Literatura em 2006.
Como explica a Didascália, “o espetáculo conta a história do Sr. Melo que construiu um museu com objetos que as pessoas fazem existir, como a aliança da revolução que acabou com a guerra ou o pão torrado que alimentou um amor clandestino”, estando a mais-valia do espetáculo na forma como é preparado.
“Há um trabalho prévio, o espetáculo é reescrito em cada localidade que se apresenta, com os objetos de cada sítio”, explicou Bruno Martins.
Filipe Caldeira abre o terceiro dia de festival, domingo, com “O cão corre atrás de mim (e o avô Elísio à janela)”, um espetáculo descrito como “um retrato-memória” da infância em que “há espaço para o medo, o risco, a rua, um cão que ladra e talvez morda e um avô à janela”.
A 25 de maio, sobe ao palco “Brisa e Tufão” de Mafalda Saloio, um espetáculo “sobre a força e a leveza do ar”, que fala sobre “como resistir celebrando a vida”.
Sábado, 26 de maio, a companhia Hotel Europa apresenta “Portugal não é um país pequeno”, uma reflexão sobre a ditadura e a presença portuguesa em África, que a partir de testemunhos reais retrata a vida dos antigos colonos portugueses.
Os últimos dois dias do “Territórios Dramáticos” apresentam “Manipula#som” da Radar 360º, um projeto que é “simultaneamente um projeto de investigação criativa e pedagógica”, segundo a organização.
Estão ainda previstas oficinas nos dois fins-de-semana do evento, que terá no Fauna a sua principal sala.
O Fauna situa-se na vacaria de uma antiga quinta, estando rodeado por jardins e floresta, com o objetivo de “criar um ponto de encontro” entre artistas e público.
“Quem não conhece a companhia poderá esperar um trabalho menos convencional, quem nos conhece sabe que o convencional não faz parte da nossa génese. Trabalhamos de forma muito transdisciplinar, apelidámos o nosso teatro fora do formato no sentido em que cruzamos circo, musica, manipulação de objetos e este é o local ideal para isso”, descreveu Bruno Martins.
Fonte: LUSA, 17-05-2018