Em apenas década e meia, a cidade galega de Pontevedra, capital das Rías Baixas, experimentou uma profunda revolução urbana, libertando-se drasticamente do tráfego automóvel e devolvendo as ruas aos cidadãos. Hoje, circular no núcleo urbano de Pontevedra é uma experiência diferente de qualquer outra cidade. A poluição sonora e ambiental não existe, as ruas são prioritariamente dos peões, depois das bicicletas, e só depois é que são para os automóveis.
A inversão das prioridades, cuja aplicação foi possível com a criação de soluções urbanísticas que dificultaram drasticamente a circulação automóvel no núcleo urbano e que transformaram inclusivamente as viaturas num elemento estranho ao espaço público, provocou uma redução de carros superior a 90 por cento. Hoje o modelo urbano de Pontevedra é reconhecido e premiado no mundo inteiro ao nível da acessibilidade, segurança, recuperação patrimonial e qualidade de vida.
Foi esta solução de Pontevedra que uma delegação autárquica de Vila Nova de Famalicão liderada pelo presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, foi conhecer em pormenor ontem, quinta-feira, 6 de outubro, numa jornada de trabalho a que se associou também o presidente da ACIF – Associação Comercial e Industrial de Famalicão, Fernando Xavier, e elementos responsáveis pela Unidade de Gestão do Centro Urbano.
A comitiva autárquica famalicense foi recebida em Pontevedra pelo Alcaide local, Miguel Anxo Lores, que depois das explicações técnicas por parte de responsáveis municipais, conduziu a comitiva autárquica de Famalicão por uma visita guiada à cidade, mostrando in loco a aplicação concreta das políticas de mobilidade executadas e que foram capazes de converter Pontevedra numa “cidade cómoda, agradável, mais justa e equitativa”.
O autarca famalicense, mostrou-se positivamente surpreendido com o modelo urbano adaptado por Pontevedra, revendo-se numa “cidade mais amigos das pessoas e dos modos de transporte suaves”.
Recorde-se que a construção de uma cidade amiga do ambiente e das pessoas, moderna e acessível, com equipamentos sociais e culturais de qualidade, com comércio de proximidade, apelativo e diferenciador, e com o património edificado renovado é o caminho para que aponta o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) do concelho famalicense, que será desenvolvido até 2020 com um financiamento comunitário, já aprovado, de 17,5 milhões de euros.
“A cidade de Pontevedra encontrou o seu próprio caminho e seguiu-o com coragem. Este é claramente um modelo inspirador para qualquer cidade atual e moderna que procura, como Famalicão, definir o seu próprio caminho de futuro”, referiu o Presidente da Câmara Municipal.