“Um ensaio brilhante de qualidade excecional”, que demonstra “sensibilidade e uma grande paixão” pelo escritor Vergílio Ferreira. São estes os principais atributos da obra “Palavra submersa. Silêncio e produção de sentido em Vergílio Ferreira”, da autoria de Isabel Cristina Rodrigues, vencedora do Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho, entregue na passada sexta-feira, em Vila Nova de Famalicão.
Segundo a porta-voz do júri Isabel Mateus, a escolha da obra de Isabel Cristina Rodrigues “não foi nada fácil, não só pelo número significativo de obras a concurso, mas principalmente por ter sido um ano de boa colheita ensaística, com ensaios de excelente qualidade”. No entanto, a obra vencedora distingue-se por não se limitar a cumprir o protocolo de trabalho académico, “é capaz de fazer vibrar e entusiasmar o leitor e de o levar ao encontro de Vergílio Ferreira”, referiu.
O Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho instituído pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão em colaboração com a Associação Portuguesa de Escritores (APE) vai já na sua oitava edição e destina-se a galardoar anualmente uma obra de ensaio literário, em português e de autor português, publicada em livro, em primeira edição.
Para a escritora vencedora, o prémio representa uma “grande honra e uma grande alegria”. “Faz-me sentir mais próxima do génio de Eduardo Prado Coelho e também mais próxima de Vergílio Ferreira”, referiu Isabel Cristina Rodrigues. A autora que já tinha dois livros publicados sobre Vergílio Ferreira, assume ter aprendido “tudo o que se tem de saber acerca das relações humanas, da relação com o mundo e da importância da leitura”. O trabalho, que começou por um imperativo académico, sob a forma de dissertação de doutoramento, valeu-lhe um prémio com um valor monetário de 7.500 euros.
Dez anos após a morte de Eduardo Prado Coelho, o vereador da Cultura do município Leonel Rocha lembrou que a “entrega deste prémio é, sobretudo, o momento em que evocamos a memória de Eduardo Prado Coelho. Com a instituição deste prémio, criado em parceria com a Associação Portuguesa de Escritores, e com a criação da sala dedicada ao escritor e ensaísta, estamos a contribuir para eternizar o nome de Eduardo Prado Coelho, recordando a sua importância no debate de ideias o seu contributo na promoção da cultura e o seu exemplo de cidadania”, salientou referindo que “ao mesmo tempo, estamos a incentivar a criação de trabalhos na área do ensaio literário, mobilizando os meios académicos e literários do nosso País”.
Também o presidente da APE, José Manuel Mendes recordou Eduardo Prado Coelho como “um escritor fulgurante que continua presente”. O responsável aproveitou ainda a oportunidade para realçar a “intensa atividade cultural” do município de Vila Nova de Famalicão que já “vem de há décadas e não deixa de perdurar e, sobretudo, de responder a situações novas, com brilho” mantendo iniciadas de grande esplendor como o Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho.
O valor monetário deste Grande Prémio é de 7.500 euros, para o autor, e desde 2010 já distinguiu Victor Aguiar e Silva, Manuel Gusmão, João Barrento, Rosa Maria Martelo, José Gil, Manuel Frias Martins e José Carlos Seabra Pereira.