O já famoso sofá amarelo que durante um mês percorreu os quatro cantos de Vila Nova de Famalicão, desafiando os famalicenses a contribuírem com as suas ideias para o futuro coletivo do concelho, está de regresso ao ponto de onde partiu: os Paços do Município. Mas o sofá não regressou sozinho, na bagagem traz as ideias, os projetos e as ambições de quem num verdadeiro gesto de participação cívica aceitou contribuir para a concretização do Plano Estratégico para o concelho 2014-2025.
E foram cerca de mil os famalicenses que se sentaram no sofá e partilharam os seus projetos para o futuro com a comunidade. Mas o sofá amarelo foi apenas umas das facetas mais visíveis, talvez até a mais criativa, alegre e atraente, do programa Famalicão Visão’25, um instrumento preparatório para a realização do Plano Estratégico. Para além do sofá, o projeto incluiu workshops de reflexão sobre diversos temas, mesas redondas, visitas guiadas, exposições, concursos e muitas outras atividades de apelo à participação, como por exemplo a iniciativa “Se as paredes falassem…”. No total, o projeto registou cerca de três mil contributos de cidadãos entre ideias para edifícios devolutos, projetos para o futuro do concelho e ambições pessoais.
Está assim concluída a primeira fase da preparação para o Plano Estratégico de Vila Nova de Famalicão para o período 2014-2025, documento que irá agora ser redigido e que deverá estar concluído no final deste ano. Apesar de terminada esta fase de auscultação, Paulo Cunha não fecha esta porta, assinalando que quer manter vivo este espirito de intervenção cívica dos cidadãos, através de múltiplas iniciativas.
Para o presidente da Câmara Municipal de Famalicão, Paulo Cunha, o projeto Famalicão Visão’25 foi, acima de tudo, “uma experiência bem-sucedida e um sinal muito claro que os famalicenses transmitiram, mostrando que estão disponíveis e interessados em participar no futuro do concelho”. “E é esta vivência participativa, esta intervenção cívica, que nós queremos continuar a cultivar nos famalicenses”, acrescentou o autarca referindo que “vão continuar a existir muitos sofás, muitos palcos e muitas iniciativas onde os famalicenses serão auscultados e estimulados a participar no futuro coletivo”.
No que diz respeito aos contributos realizados, Paulo Cunha adianta que “serão agora enquadrados no Plano Estratégico 2014-2020, tanto na definição dos problemas como da deteção das oportunidades”. “As ideias e projetos apresentados serão tidos em conta e valorizados também no âmbito da programação das atividades do município”, garantiu. “Nós queremos um Famalicão à medida dos famalicenses e por isso a sua voz será sempre ouvida”, salientou.
EMPREGO E CULTURA NO TOPO DAS PREFERÊNCIAS
À pergunta “como gostaria que fosse Vila Nova de Famalicão daqui a 10 anos?” os famalicenses responderam maioritariamente com “mais emprego”, “cinema” e “mais cultura”, mas também com preocupações ao nível do meio ambiente, da natalidade, da saúde e da área social.
Durante um mês, entre 10 de setembro e 10 de outubro, a iniciativa “Sofá Visão’25” percorreu mais de 30 espaços, entre bares, bibliotecas, feiras, centros sociais, escolas, uma vindima, uma fábrica têxtil e instituições de ensino superior, tendo sido ouvidas pessoas de todas as faixas etárias e dos vários grupos sociais.
No topo das preferências para o futuro está o emprego, com melhores condições e melhor remunerado, seguindo-se a cultura e o lazer com a criação de cinema comercial e a construção de um shopping. A preservação ambiental também surge no topo da lista com a criação de mais áreas verdes e menos poluição. A diversidade de ideias e projetos é de resto, uma das grandes conclusões desta auscultação onde surgiram ainda contributos como “mais arte”, “mais amizade”, “uma sociedade mais descontraída”, ou “mais swag”.
Paulo Cunha salienta que “não se pode encarar esta auscultação aos cidadãos como um estudo, mas antes como indicadores daquilo que as pessoas gostariam de ver para o futuro”. “O importante foi conseguirmos apelar à consciência cívica das pessoas e estimular a cidadania e o sentido de pertença a uma comunidade”, destaca ainda o autarca.