Os presidentes das Câmaras Municipais de Vila Nova de Famalicão, Trofa e Maia defenderam ontem, terça-feira, 8 de abril, num encontro conjunto com a comunicação social, que a requalificação das acessibilidades na Estada Nacional (EN) 14, prevista no Plano Estratégico de Transportes do Governo, “não é suficiente” e pediram a construção da “prometida variante”. “Construir a variante à EN14 é uma das melhores decisões que o Governo pode tomar para alavancar a economia nacional”, afirmou o autarca famalicense, Paulo Cunha, argumentando que se trata de uma “obra absolutamente necessária para o trabalho e desenvolvimento das inúmeras empresas sediadas na região, muitas delas com dimensão internacional e que dão um contributo muito importante para o PIB nacional”.
O Governo divulgou ontem o Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas 3+, que não prevê a construção de uma alternativa à EN14 conforme esperado e reclamado, mas apenas uma intervenção na atual via, que não resolve o problema da intensidade de tráfego da mesma. “A EN14 é um problema e nunca será a solução”, apontou o autarca famalicense, em sintonia com os colegas da Trofa e da Maia, que esperam que o Governo não feche a porta à obra.
O presidente da Câmara Municipal da Trofa pediu mesmo “sensibilidade” ao Executivo, salientando que o perfil da variante à EN14 pode ser “alterado” para “reduzir custos”. “Não defendemos uma variante para as pessoas passearem, mas antes uma variante que resolva o problema de um território que produz, gera negócios e cria empregos”, disse Sérgio Humberto.
Segundo dados apresentados na conferência de imprensa conjunta, a EN14 tem um tráfego médio diário superior a 25 mil veículos, dos quais 20% são pesados. “Todos os dias temos mais de 2.500 camiões a passar nesta via, para além de mais de 22.500 automóveis. Estamos a falar que a atual EN14 serve no seu percurso a Maia, Trofa, Famalicão, ou seja, 28 zonas industriais”, referiu Sérgio Humberto.
Outros dados revelados dizem respeito à economia e ao emprego. Aquela área geográfica gera anualmente um volume de negócios de 11,5 mil milhões de euros e as suas empresas empregam mais de 128 mil pessoas. Acresce a estes dados o facto de ter sido “vendida às empresas, ano após ano, a ideia de que iria ser construída uma variante”, apontou o autarca da Trofa.
Já o presidente da Câmara Municipal da Maia, Bragança Fernandes, classificou como “inqualificável” a não integração da variante nas obras prioritárias do Governo e disse mesmo acreditar ser “impossível” intervencionar a EN14. “Seria o caos rodoviário na região e essa não é a solução. A melhoria das acessibilidades não vem resolver o problema das empresas”, afirmou.