A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão vai avançar com a criação do Prémio de Arquitetura Januário Godinho, com o objetivo de galardoar a melhor reabilitação de edifício no concelho. A proposta para a instituição do prémio, cuja primeira edição se realiza em 2017, foi aprovada recentemente, por unanimidade, em reunião do executivo municipal.
De periodicidade bianual, o Prémio Januário Godinho terá um valor pecuniário de 7 mil euros, cabendo 2 mil euros ao promotor da obra e 5 mil à equipa projetista.
Promover a salvaguarda e valorização do património edificado, bem como valorizar e promover a divulgação do trabalho desenvolvido por projetistas e construtores são os principais objetivos deste prémio, aberto a todas as entidades privadas que tenham promovido obras de reabilitação em qualquer edifício localizado nas áreas de reabilitação urbana do concelho ou, no caso das restantes áreas do território famalicense, em edifícios com idade igual ou superior a 30 anos.
Para o Presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, esta é mais uma forma de promover a reabilitação urbana no concelho. “É fundamental inverter a realidade atual e consciencializar os famalicenses da importância da salvaguarda do património edificado no nosso território, tanto ao nível do seu valor arquitetónico, como do seu valor construtivo ou histórico”, refere o autarca, que lembra ainda que com a instituição deste prémio, a Câmara Municipal está a ir ao encontro do seu Plano de Ação para a Regeneração Urbana e de um dos vetores estratégicos do seu Plano Diretor Municipal, relacionado com a salvaguarda e valorização do património edificado.
De referir que apenas serão admitidas a concurso as obras concluídas nos dois anos anteriores ao ano de cada edição do prémio, cujo júri será constituído, entre outros, por um representante da Ordem dos Engenheiros Região Norte, da Direção Regional de Cultural do Norte e da Associação Portuguesa para a Reabilitação Urbana e Proteção do Património. A abertura das candidaturas está prevista para o início de 2017, sendo que o prazo de entrega das propostas para concurso termina a 11 de junho.
A escolha do nome do prémio homenageia uma figura incontornável da arquitetura moderna portuguesa, que deixou uma enorme marca no concelho de Vila Nova de Famalicão.
“A vasta obra que Januário Godinho deixou no nosso território e a sua sensibilidade à relevância do património constituem ensinamentos que merecem ser difundidos e homenageados através deste prémio”, disse a propósito Paulo Cunha.
Da obra deixada no concelho por Januário Godinho destaca-se o edifício dos Paços do Concelho e o antigo Tribunal; na freguesia de Antas o edifício para o Banco Português do Atlântico (1953); na freguesia de Brufe a casa Afonso Barbosa (1940-42); na freguesia do Louro várias construções na Quinta de Seara, propriedade do banqueiro Artur Cupertino de Miranda, o mercado, a igreja, a Casa do Povo, o centro paroquial e o cemitério. Na freguesia de Requião, cujo promotor foi o industrial Manuel Gonçalves, destaca-se o projeto da Casa Manuel Gonçalves, a Quinta de Compostela e a Têxteis Manuel Gonçalves.
O Prémio de Arquitetura Januário Godinho será publicamente apresentado no dia 21 de outubro, no colóquio sobre arquitetura moderna intitulado “Famalicão, Marcas de Modernidade”, promovido pela autarquia em parceria com o Centro de Estudos Arnaldo Araújo.
Regulamento brevemente disponível.