O combate à vespa das galhas do castanheiro está ser feito em Vila Nova de Famalicão através da largada de parasitas que podem eliminar a praga que afeta a produção de castanha. A luta biológica contra a vespa do castanheiro está a ser concretizada pelos serviços do município de Vila Nova de Famalicão, em conjunto com a Fagricoop - Cooperativa Agrícola e dos Produtores de Leite de Vila Nova de Famalicão, a ASVA - Associação dos Silvicultores do Vale do Ave, a DRAPN - Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte e a REFCAST - Associação Portuguesa da Castanha.
A iniciativa arrancou no passado dia 28 de abril, com uma largada de parasitas na Quinta de Ribela, na freguesia de Cruz. Entretanto, serão realizadas mais duas largadas estratégicas nas freguesias de Requião e Lemenhe. A luta biológica consiste na largada dos parasitóides ‘Torymus sinensis’, insetos que se alimentam das larvas que estão nas árvores e são capazes de exterminar a vespa. Prevê-se que esta ação prossiga nos próximos anos, mas apenas a médio prazo serão visíveis os seus efeitos, com a progressiva adaptação do Torymus sinensis ao clima da região. O êxito da luta biológica contra a vespa das galhas dos castanheiros depende, em grande parte, da colaboração dos produtores. As largadas do Torymus sinensis são compostas por cerca de 120 fêmeas e 10 machos. Quando saem dos tubinhos, as fêmeas já vão todas fecundadas, pois estiveram lá juntas com os machos. Uma largada significa que todos os parasitoides que são lançados no mesmo local (um souto ou um pomar de castanheiros).
Refira-se que a vespa das galhas do castanheiro (Dryocosmus kuriphilus) é um inseto que ataca vegetais do género Castanea, induzindo a formação de galhas nos gomos e folhas, provocando a redução do crescimento dos ramos e a frutificação, podendo diminuir drasticamente a produção e a qualidade da castanha e conduzir ao declínio dos castanheiros.
A vespa da galha é atualmente considerada uma das pragas mais prejudiciais para os castanheiros em todo o mundo e que na Europa, particularmente na região mediterrânica, pode constituir uma séria ameaça à sustentabilidade dos soutos e castinçais. Sendo o castanheiro uma espécie importante no panorama agro-florestal do país, nomeadamente como produtora de frutos, e estando em risco essa vertente face aos estragos que a praga provoca, é fundamental pôr em execução este plano de ação, no sentido de reduzir ao mínimo, as consequências negativas da presença deste agente biótico nocivo no nosso país.
Com a largada desta luta biológica, o município de Vila Nova de Famalicão demonstra a sua preocupação não só com a plantação de novas árvores autóctones mas também com a preservação das que já existem e que têm o seu papel importante quer a nível ecos sistémico que a nível económico.