A tradição é antiga, tão antiga que ninguém sabe ao certo quando ou como começou. E apesar de durante alguns anos ter andado esmorecida, a verdade é que na freguesia de Fradelos, em Vila Nova de Famalicão, ninguém deixa morrer a “Queima do Galheiro”.
Por isso, são cada vez mais as pessoas que na noite de terça-feira de Carnaval rumam até Fradelos para assistir a este espetáculo ancestral, que está ligado aos primórdios do Entrudo, aos rituais de purificação e à expulsão das forças malignas do Inverno e do início do período renovador da Quaresma
Ao longo do dia, em vários lugares da freguesia, a população sai à rua amontoando os restos das sementeiras, os galhos velhos das árvores e o silvado, no topo coloca-se um boneco a quem se chama entrudo e pega-se fogo. Os galheiros chegam a atingir os 15 metros de altura.
A Queima do Galheiro assinala, assim, o final das festividades carnavalescas e o início da quaresma pascal. Nos últimos anos, a tradição tem ganho dimensão e qualidade, muito graças ao trabalho incentivador promovido pela Associação Juvenil de Fradelos Koklus em parceria com a Junta de Freguesia que tem procurado envolver as novas gerações na iniciativa.
Depois da atribuição de prémios aos melhores galheiros e da criação de um regulamento próprio, a Koklus tem nos últimos anos garantido a animação do evento, atraindo mais participantes e também mais visitantes.
Noutros tempos, a queima repetia-se em diversos lugares da freguesia, quase num despique, para ver quem queimava o maior "Galheiro". Hoje são menos os participantes, mas a alma da tradição mantém-se viva.