A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão vai estabelecer acordos de parceria com os proprietários de terrenos florestais no concelho para a promoção da reflorestação do território, através da plantação de árvores e arbustos autóctones. A iniciativa que se insere no âmbito do projeto “25 mil árvores até 2025” foi apresentada esta quinta-feira, em reunião do executivo municipal.
De acordo com a proposta, os proprietários que aderirem ao projeto têm apenas realizar os trabalhos de preparação dos terrenos para a plantação das árvores e autorizar a presença de técnicos da autarquia e de voluntários para a realização de tarefas necessárias à plantação de árvores e cuidados posteriores por um período de cinco anos. Os proprietários ficam também impedidos de abater as árvores plantadas por um período de mínimo de 15 anos.
Por seu lado, a autarquia compromete-se a financiar o projeto de arborização dos terrenos que deverá ser submetido ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e a custear e ceder as árvores a plantar, ajustando com os proprietários as condições de plantação, respeitando os usos de propriedade.
Para o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, “com esta iniciativa de grande alcance ambiental, a autarquia está a envolver a comunidade em projetos que são da comunidade. A plantação das 25 mil árvores é um projeto concelhio em que a Câmara Municipal é apenas o impulsionador”.
O autarca refere ainda que é muito importante “atrair a atenção dos famalicenses e envolve-los no projeto. Já temos a participação de muitas associações e até empresas do concelho, agora estamos a tentar chegar aos proprietários dos terrenos para que eles também se interessem e envolvam no projeto”, salienta.
“O objetivo principal é rearborizar o território, devolver vida, proteger a natureza e criar condições de futuro para a comunidade”, acrescenta, salientando que, nesta fase, o projeto ganha renovada importância, tendo em conta os efeitos nefastos da grande vaga de incêndios que assolou o país durante o Verão.
O projeto “25 mil árvores até 2025” foi lançado há cerca de um ano e pretende reabilitar aproximadamente 25 hectares do território concelhio através da plantação de 25 mil árvores e arbustos nativos da região em áreas urbanas, espaços rurais, ao longo das linhas de água e em montes e serras.
As árvores autóctones são uma aposta deste projeto, nomeadamente carvalhos, medronheiros, castanheiros, loureiros, azinheiras e sobreiros entre outros. Para além da forte ligação à história da região, estas espécies estão mais adaptadas às condições do solo e do clima do território, por isso, são mais resistentes a pragas, doenças ou longos períodos de seca ou chuva intensa. Embora de crescimento mais lento, são também mais resistentes aos incêndios florestais, constituindo o refúgio e abrigo de muitas espécies de animais, levando a um aumento exponencial da biodiversidade.
Neste momento, a autarquia já começou a contactar os proprietários dos terrenos florestais, sensibilizando-os para o projeto.