Há números que não enganam! Os resultados do programa piloto “Acompanhar”, implementado pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão são um sucesso e mostram que o combate ao insucesso e abandono escolar de alunos que estavam em situação de risco está a ser bem sucedido. Por isso, a a autarquia decidiu alargar o projeto as escolas do 1.º Ciclo do ensino básico que não dispunham no terreno de equipas técnicas de intervenção social, e este ano são mais de 400 as crianças e jovens que estão a ser acompanhados no âmbito do programa
No primeiro ano de desenvolvimento do programa, que incidiu apenas sobre uma parte do ano letivo 2015/2016, o “Acompanhar” acompanhou 256 alunos com 40 horas de capacitação e programas de tutoria, tendo resultado numa taxa de sucesso educativo de 94,9%. Dos alunos envolvidos, do 2.º e 3.º ciclo do ensino básico e praticamente todos a frequentar o ensino vocacional, a esmagadora maioria encontrava-se em eminente perspetiva de abandono escolar com boa parte deles (95) a apresentar um histórico de pelo menos duas retenções. O processo permitiu recuperar estes alunos e ainda formar 44 jovens que atuam agora como tutores de pares e facilitadores de processos de inclusão de outros jovens na mesma situação.
“São números muito relevantes e que demostram que é possível promover a inclusão e o sucesso educativo através de programas de diferenciação pedagógica que privilegiam a capacitação e autonomia dos alunos, independentemente da sua situação sociocultural e familiar”, resume, a propósito, o vereador da Educação, Leonel Rocha.
Mas o que é o “Acompanhar”? Trata-se de um programa integrado e articulado de intervenção que potencia e apoia as escolas do concelho na implementação de projetos de boas práticas na área do acompanhamento e inclusão inteligente de alunos em especial situação de risco ou que não estão integrados em qualquer tipo de resposta socioeducativa complementar. Por outro lado, pretende criar processos potenciadores da melhoria do rendimento escolar e processo de inclusão social dos alunos com o recurso a soluções complementares de educação não formal e capacitação ao nível da inteligência emocional.
A estratégia passa por criar à volta dos grupos de alunos sinalizados um ecossistema favorável à integração e crescimento de alunos através do envolvimento das crianças em dinâmicas multidisciplinares, que passar pelo desporto, teatro, música, dança e outras dinâmicas sócio-culturais, sem esquecer o estudo acompanhado e o apoio pedagógico.
O vereador da Educação da autarquia famalicense fala na criação “de uma onda motivacional positiva que conquista os alunos e os compromete com o processo educativo”. Explica também que o sucesso do “Acompanhar” reside no facto de as fórmulas de intervenção se moldarem à realidade de cada escola e de cada grupo, adotando-se e desenvolvendo-se as metodologias mais adequadas aos contextos. “Não quisemos pegar num programa já existente e dá-lo como receita para todas as escolas e para todos os alunos. Dar uma resposta menos académica ou menos curricular, com ações mais voltadas para o estudo acompanhado e mais aulas de apoio, foi fundamental para cativar os alunos e potenciar o seu sucesso”, fundamenta.